PARTILHA URBANA
Planta de implantação - Largo do Rato - Lisboa
O Largo do Rato na sua génese morfológica, sempre foi ao longo dos anos um lugar de cruzamento e de escoamento da cidade. Um ponto de passagem e de circulação, que se define actualmente como uma das principais artérias de articulação automóvel de Lisboa.
Essa condição torna-o mais um lugar de passagem, do que de permanência, fazendo deste um não lugar, sem existência de vida, comércio ou lazer. Ainda mais existindo ali inúmeras barreiras físicas, tais como muros, desníveis, grades, passadeiras, sinalização, que tornam a mobilidade do peão cada vez mais reduzida.
Esquema de ligações existentes - viárias | pedonais | acessos
Há muito que esta situação está diagnosticada, ao considerar-se que o: “peão esquecido é o elo mais fraco da vida do Largo do Rato”. Este é um “lugar hostil e perigoso para o peão”, um lugar onde apenas os veículos motorizados têm espaço e aquele é confinado às “zonas marginais”.
Denota-se na análise iconográfica efectuada do local, que no passado já houve um melhor aproveitamento e ligação da circulação automóvel com os peões.
Largo do Rato - 1900 | 1935 | 1939
Por isso a proposta visa a necessidade de entender o local, como um ponto de convergência, partilha, uma rede de mobilidade automóvel e de transportes públicos, com a permanência de pessoas. Em que aqueles possam ficar reduzidos ao estritamente necessário, sem tomarem conta do local, e estas tenham a possibilidade de usufruir do espaço público, tirando o máximo de aproveitamento do mesmo. Preconizando-se assim mais comércio, mais convívio e mais proximidade do Largo com as pessoas que por ali passam, obrigando-as a permanecer.
Desta forma procura-se centralizar a circulação automóvel, reduzindo o número de faixas de viação, bem como a sua largura. Elimina-se a sinalização existente, coloca-se um outro tipo de materialidade do pavimento, de modo a que a atenção do condutor se foque mais no peão, e o leve a reduzir inconscientemente e de forma drástica a velocidade.
Por outro lado, fruto desta centralização, haverá um estender do passeio em calçada, para mais do dobro do existente, podendo dar lugar a uma maior absorção das pessoas do espaço, levando a mais comércio, a árvores, zonas de sombra, e de lazer, como esplanadas, feiras ou outros eventos.
Seria assim necessário condicionar o trânsito em algumas ruas envolventes, tais como a Rua do Salitre, a Rua de São Filipe Néri e a Calçada Bento Rocha Cabral.
Corte da proposta
Foto existente e Fotomontagem da proposta
Posteriormente, esta proposta poderá mesmo levar a uma ideia de abandono total da circulação automóvel, deixando apenas os transportes públicos, preferencialmente de uso eléctrico, regularem os movimentos pendulares do Largo.
Planta da intervenção
Perfil Transversal da proposta
Planta localizada da intervenção 1
Planta localizada da intervenção 2
Pormenores - Planta e Perfil
P01 - Terreno natural compacto
P02 - Seixo
P03 - Massame
P04 - Traço seco
P05 - Pedra calcária
P06 - Lancil de passeio
P07 - Base em betão
P08 - Pedra guia em calcário
P09 - Tout-venant
P10 - Cubo granítico 10x10mm
P11 - Traço seco
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