Caminhando pela Rua do Alecrim, em direção ao Cais do Sodré, percebe-se um momento em que esta via está elevada e passa por cima de duas outras ruas - Rua do Corpo Santo e Rua de São Paulo - até atingir o plano inferior no cruzamento com a rua Bernadino Costa, onde se encontra uma rotunda.
Localização da área de intervenção, entre a Rua do Alecrim e as ruas de São Paulo e do Corpo Santo
Naquele momento, a Rua do Alecrim, importante via, por onde passam diversas linhas de autocarros e elétricos, não possui ligação alguma com a cota inferior, onde está a Rua de São Paulo, por onde também passam linhas de autocarros e elétricos.
Bem naquele cruzamento, talvez justamente por estar entre essas duas vias movimentadas, encontra-se um edifício abandonado, completamente cerrado.
Foto: vista a partir da Rua do Alecrim (dir.) para a Rua de São Paulo (esq.)
Essa situação de abandono, representativa da região, vai contra as soluções apresentadas para recuperação da área, como a abertura de diversos bares e discotecas, na Rua do Corpo Santo. O edifício, que se encontra numa situação inusitada, onde os acessos poderiam ocorrer em duas cotas diferentes, se torna um entrave, uma barreira física, quando poderia ser justamente o elemento conector, que ainda levasse o movimento da Rua do Alecrim para o a Rua do Corpo Santo, onde estão bares e discotecas e para a Rua de São Paulo, que possui linhas de autocarros e elétricos, complementares às da via superior.
Proposta
Visando essa conexão, o edifício, antes particular, deveria ganhar uso público. A ligação entre as cotas feita por escadas-rolantes e elevadores a partir da cota da Rua do Alecrim até a Rua de São Paulo, com funcionamento e abertura ao público 24 horas por dia, poderia, ao mesmo tempo ligar essas cotas e fazer com que a área ganhasse um novo espaço público, associado à iniciativa de implantação de bares e discotecas na região.
Fotomontagem: edifício transpõe as cotas
O edifício poderia funcionar com diversos usos. Sua dimensão permite diversas associações. A Ligação entre as cotas poderia ser feita por entre uma loja como a Fnac, por exemplo.
Entretanto, para viabilizar que este edifício, antes particular, tivesse uso público, ele poderia se tornar mais rentável para o(s) antigo(s) dono(s). Para isso, poderia se aumentar o número de pavimentos em 2 andares, de forma a valorizar o edifício e permitir que ali pudessem existir diversos usos associados, como por exemplo habitação nos andares acima do nível da Rua do Alecrim e, nos níveis inferiores à ela, uso de galeria comercial.
Foto: situação atual
Fotomontagem: proposta
A circulação por dentro edifício, poderia ficar mais restrita durante o período da noite, de forma por exemplo que só funcionasse aberta ao público, a ligação por escadas rolantes entre a Rua do Alecrim e a rés do chão, na Rua de São Paulo. Preservando os pavimentos superiores, que desfrutariam de um ambiente mais reservado.
Uma outra possibilidade rica seria que o edifício inteiro se voltasse para o público. Nos andares superiores, poderia haver uma nova discoteca, que teria vista privilegiada para o Rio Tejo e poderia inverter a ordem naquele instante, como que marcando, para quem passa pela Rua do Alecrim, o que acontece ali na região, na rua abaixo dos seus pés, Rua do Corpo Santo, onde os bares funcionam somente na parte da noite.
Os pavimentos intermediários e inferiores poderiam funcionar como galeria comercial, dando apoio às linhas de autocarro e elétrico, podendo ser, bem à frente do edifício, os locais das paragens desses veículos. Assim eles também funcionariam como meio de dinamizar e recuperar a cota das ruas São Paulo e Corpo Santo, à medida que funcionariam durante o dia, período em que ali tudo se encontra fechado e, sobretudo aos fins de semana, se configura como zona de prostituição.
Uma outra possibilidade rica seria que o edifício inteiro se voltasse para o público. Nos andares superiores, poderia haver uma nova discoteca, que teria vista privilegiada para o Rio Tejo e poderia inverter a ordem naquele instante, como que marcando, para quem passa pela Rua do Alecrim, o que acontece ali na região, na rua abaixo dos seus pés, Rua do Corpo Santo, onde os bares funcionam somente na parte da noite.
Os pavimentos intermediários e inferiores poderiam funcionar como galeria comercial, dando apoio às linhas de autocarro e elétrico, podendo ser, bem à frente do edifício, os locais das paragens desses veículos. Assim eles também funcionariam como meio de dinamizar e recuperar a cota das ruas São Paulo e Corpo Santo, à medida que funcionariam durante o dia, período em que ali tudo se encontra fechado e, sobretudo aos fins de semana, se configura como zona de prostituição.
O edifício, hoje abandonado, acabaria por se tornar conector de cotas de nível, ponto de paragens, apoio e conexão das linhas de elétricos e autocarros e, ainda um meio dinamizador de fluxos na região, que contribuiria ainda mais para a reabilitação do local, se apresentando como possível modelo para Lisboa, caracterizada por seu relevo acidentado e de difícil locomoção/ transposição de cotas de nível.
Agiria como lanterna, animando as cotas inferiores - no período durante o qual atualmente fica abandonado - através do uso comercial, e iluminando a região no período da noite, sobretudo na cota da Rua do Alecrim, onde o movimento é mais comercial e diurno.
Fotomongatem: edifício à noite
Sem comentários:
Enviar um comentário