O largo de Arroios - diz Vilhena Barbosa - é célebre na história moderna de Lisboa pelas cenas populares de que foi palco por ocasião da invasão francesa de 1810. A capital encheu-se de gente que fugiu das diversas terras do reino ao aproximar-se o exército do general Massena. Algumas praças de Lisboa, e entre elas o largo de Arroios, transformaram-se em acampamentos obstruídos de bagagens, por meio dos quais se aninhavam as famíliasdesoladas.
O quadro retrata precisamente uma dessas cenas, que consternaram toda a cidade, desenhando o largo de Arroios, no momento em que se distribuía aos míseros fugitivos, por ordem do Governo, a sopa diária.
Ainda hoje, a partir das oito horas da noite, este lugar é palco precisamente da distribuição de comida, onde vários pobres, se deslocam de vários pontos da cidade.
Este facto parece ser um obstáculo na construção do largo, pois não existe grande investimento, quer ao nível da materialização, quer ao nível do edificado existente que não apresenta programa ao nível do rés-do-chão, por não ser economicamente viável. O largo influencia de certa maneira toda a construção do lugar, sendo um fiel depositário dos carros que chegam do trabalho, e não tendo por isso grandes condições de habitabilidade. Cenário que é necessário alterar alterar.
A preto está representado primeiro os obstáculos ex
istentes e depois a área pedonal. A análise do largo foi feita tendo em conta a relação carro/pessoa e a área que a nível pedonal pode ser percorrida. Podemos observar que o largo não tem essa função, pois a área percorrida/estar é mínima relativamente à área que os carros consomem nesta zona. A proposta começa então por procurar qu
ebrar esta barreira, equilibrando a relação entre ambos. Materialmente é necessário encontrar a solução para este problema, sendo a proposta unitária neste aspecto. Assim passamos a ter uma proposta unitária sem hierarquização material e que permite que se possa viver todo o l
argo, incluindo as ruas que o envolvem:
Sem comentários:
Enviar um comentário