domingo, 5 de junho de 2011

FALA-SÓ ARTE


Passou-se um ano em que nem me lembrei desta travessa. Ficou sem ninguém, nem um fala-só para amostra… nem um murmuriozito. E, contudo, continuou a ter gente a espreitar para o beco.
Engraçado…

Identificação do lugar


A Travessa do Fala-Só, perto do Elevador da Glória e do Jardim de São Pedro de Alcântara.

Parece esquecida entre elementos marcantes na cidade de Lisboa, o ascensor e o Jardim / Miradouro, existindo estes dois pontos surge uma ligação de carácter directo esquecendo tudo o que se materializa pelo caminho, a travessa parece realmente falar só.


Se um lugar se pode definir como identitário, relacional e histórico, um espaço como este que não pode definir-se nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico, definirá um não-lugar.

Este não-lugar precisa de ser praticado.

Praticar o espaço, escreve Mechel de Certeau, é "repetir a experiência jubilatória e silenciosa da infância: é, no lugar, ser outro e passar para o outro".


Caracterizar o Descaracterizado



O lugar é dotado de duas situações de âmbito contraditório, por um lado existe algum tipo de intervenção por parte das instituições estatais para transformar um espaço cuja a função era a do nada, para agora ser re-aproveitado por artistas urbanos e, por outro lado o espaço mantém-se como um não-lugar, pela ocupação de veículos e por ruínas existentes.

Deste modo o estado actual deste espaço é evidente ele torna-se um lugar que não é lugar.

Caracterizar o Caracterizável


LIMITE _ LIMITE + EXISTENTE _ LIMITE + EXISTENTE + PLANOS

O LIMITE é constituído pelos muros e envolvente.
O LIMITE + EXISTENTE constitui o espaço como ele se encontra.
O LIMITE + EXISTENTE + PLANOS mostra o espaço existente com a adição de planos que pretendem definir espaços de diferentes ambientes e mostram arte urbana.

A secção pretende mostrar como este espaço representa um lugar intermédio entre o percurso do elevador, também pedonal, e que serve de ligação ao miradouro. Apesar de ainda ser um lugar intermédio, com a intervenção, ganha vida!


A pavimentação do lugar e os novos elementos colocados no espaço dotam-no de uma nova identidade, revitalizando-o. Este lugar torna-se agora parte integrante da estrutura que compõe os elevadores e o miradouro, criando um momento intermédio entre eles, um momento no qual podemos estar, parar, viver. O espaço torna-se assim identitário, relacional e ao criar uma nova história dentro da cidade ele torna-se um lugar!

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